Fri. May 17th, 2024
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A música é uma forma universal de arte que transmite emoções, sentimentos e mensagens importantes, e em Angola, desde as primeiras lutas pela independência até aos dias de hoje, a música tem sido uma ferramenta fundamental de resistência e protesto.

O contexto histórico angolano é marcado pela luta pela independência, pela guerra civil e pela transição para a democracia. Durante a luta pela independência, a música teve um papel importante na mobilização do povo. Os músicos angolanos da época, como Carlos Lamartine, Liceu Vieira Dias e outros, usavam a música para transmitir mensagens de libertação e para encorajar a população a apoiar a luta contra o colonizador português.

As canções de protesto, como “Mamã África” e “Meu Herói” de Carlos Lamartine, tornaram-se hinos da luta de libertação, cantadas em comícios políticos e por soldados nas fileiras do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Com a independência, a música tornou-se ainda mais importante, refletindo as aspirações do povo angolano pela reconstrução do país e pela justiça social. Artistas como Bonga, Waldemar Bastos e Paulo Flores emergiram na década de 1980, com canções que celebravam a identidade angolana e a cultura africana, bem como criticavam a corrupção e o nepotismo na sociedade.

A guerra civil angolana, que durou de 1975 a 2002, também teve um impacto significativo na música. Artistas como Teta Lando, Marito e outros foram forçados a fugir do país, enquanto outros, como Zé Kafala, foram perseguidos e presos por suas músicas de protesto.

No entanto, a música não deixou de ser uma forma de resistência durante esses anos difíceis. Os músicos que ficaram em Angola continuaram a escrever canções de protesto, destacando as atrocidades de ambos os lados na guerra e pedindo a reconciliação do povo angolano.

Após a guerra civil, a música tornou-se ainda mais importante na transformação da sociedade angolana. Os artistas emergentes, como Anselmo Ralph, C4 Pedro e Yola Semedo, refletem a nova Angola pós-guerra, bem como os desafios que o país ainda enfrenta em termos de corrupção, pobreza e desigualdade social.

A música tornou-se também uma plataforma para a divulgação de campanhas sociais e políticas importantes. Em 2013, a música “O Povo é que Manda” juntou artistas como Yuri da Cunha, Matias Damásio, Anselmo Ralph e outros em apoio à campanha de registo eleitoral em Angola.

A música, portanto, continua a ser uma forma de resistência e protesto na sociedade angolana atual. Os artistas angolanos continuam a escrever canções de protesto, pedindo a mudança política, a justiça social e econômica e uma Angola mais unida.

Em conclusão, a música tem sido e continua sendo uma forma importante de resistência e protesto na história de Angola. Desde os primeiros anos da luta pela independência até aos dias atuais, a música tem sido uma ferramenta importante para a mobilização popular e para transmitir mensagens de libertação e justiça social. A música angolana é um reflexo da história, da cultura e das aspirações do povo angolano, e continua a ser uma expressão significativa e emocionante da sua luta pelos seus direitos e liberdades.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.