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dance


A dança de rua como resistência e empoderamento tem se tornado cada vez mais relevante e impactante na sociedade contemporânea. Essa forma de expressão artística surgiu nas décadas de 1960 e 1970, nos Estados Unidos, principalmente nos guetos urbanos, como uma maneira de contestar a opressão social e racial que os jovens negros enfrentavam na época.

No Brasil, a dança de rua ganhou força a partir dos anos 1980, em meio a uma forte influência cultural americana e ao surgimento do movimento hip-hop. Essa manifestação artística passou a ser um meio de expressão para os jovens brasileiros que buscavam visibilidade, identidade e pertencimento em meio a uma sociedade desigual e excludente.

A dança de rua se destaca por ser uma forma de resistência física, política e cultural, pois permite que os dançarinos expressem suas vivências, lutas e anseios através dos movimentos corporais. Essa dança vai além da simples execução de passos, pois traz consigo toda uma carga de representatividade, intenção e contestação.

No contexto social, a dança de rua surge como um instrumento de resistência contra a marginalização e a violência que os jovens da periferia sofrem diariamente. É uma forma de lutar contra a invisibilidade e o preconceito racial e socioeconômico, mostrando que os dançarinos possuem voz, talento e valor. Através da dança, eles reivindicam seu espaço e sua cultura, rompendo com os estereótipos e com as barreiras impostas pela sociedade.

Além disso, a dança de rua promove o empoderamento individual e coletivo. Ao dançar, os praticantes se conectam com suas emoções e com seu corpo de forma intensa, fortalecendo sua autoestima e confiança. Eles se tornam protagonistas de suas vidas, assumindo o controle de sua própria narrativa e desconstruindo os padrões impostos pela sociedade.

O empoderamento também se manifesta na dança de rua por meio da criação de espaços de troca e colaboração. Através de “battles” e competições, os dançarinos são desafiados a demonstrar suas habilidades e superar limites, estabelecendo conexões com outros dançarinos e construindo uma rede de apoio. Essa forma de interação fortalece a comunidade e contribui para a construção de uma identidade coletiva.

Vale ressaltar que a dança de rua engloba diferentes estilos, como o breaking, locking, popping, waacking, entre outros. Cada um desses estilos traz em si uma história e uma estética própria, possibilitando que os praticantes explorem sua criatividade e individualidade dentro desse universo.

No entanto, é importante ressaltar que a dança de rua também enfrenta desafios e enfrenta marginalização dentro do próprio campo artístico. Muitas vezes, é vista apenas como uma dança de entretenimento, desvalorizando seu potencial político e cultural. Além disso, a falta de acesso à infraestrutura e a pouca visibilidade dada aos dançarinos de rua também são obstáculos enfrentados por essa comunidade.

Apesar das dificuldades, a dança de rua continua a conquistar reconhecimento e espaço. Eventos como festivais, encontros e competições têm contribuído para a difusão dos movimentos de rua e para o fortalecimento da cultura hip-hop no Brasil. Além disso, projetos sociais e ONGs têm surgido para promover o acesso à dança de rua em comunidades periféricas, proporcionando oportunidades de desenvolvimento artístico e pessoal para jovens em situação de vulnerabilidade social.

Em conclusão, a dança de rua como resistência e empoderamento representa uma forma de manifestação artística extremamente relevante nos dias de hoje. Ela é uma ferramenta de transformação social, permitindo que os dançarinos lutem contra as desigualdades e preconceitos, ao mesmo tempo em que se empoderam e valorizam suas identidades. A dança de rua é um grito de liberdade e representatividade, que une comunidades e desafia os padrões estabelecidos.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.