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O tempo como protagonista no cinema português: análise de filmes

Introdução

O cinema é uma forma de arte que pode explorar diversas temáticas, técnicas e elementos narrativos para contar histórias. No cinema português, um tema recorrente é a relação entre o tempo e a narrativa, onde o tempo desempenha um papel de destaque na construção da história e no desenvolvimento dos personagens. Neste artigo, iremos explorar como o tempo é utilizado como protagonista no cinema português, analisando exemplos de filmes que abordam essa temática de forma marcante.

A importância do tempo no cinema

O tempo é um elemento crucial na construção de qualquer narrativa cinematográfica. Ele pode ser utilizado para moldar a estrutura do filme, determinar o ritmo da história, criar suspense e impactar as emoções do público. No cinema português, o tempo é especialmente explorado como uma forma de conexão entre passado e presente, como uma maneira de refletir sobre a memória e a identidade coletiva do país.

Análise de filmes

1. “Tabu” (2012) – Dirigido por Miguel Gomes

“Tabu” é um filme que se divide em duas partes distintas: a primeira se passa na atualidade, retratando a vida solitária de uma mulher idosa em um prédio de apartamentos em Lisboa. A segunda parte é um flashback para a África colonial, onde conhecemos a história de amor entre uma mulher branca e um caçador nativo. O tempo é utilizado de forma magistral para conectar essas duas histórias aparentemente desconectadas, revelando as consequências duradouras dos eventos passados na vida dos personagens.

2. “Mistérios de Lisboa” (2010) – Dirigido por Raúl Ruiz

“Mistérios de Lisboa” é uma adaptação do romance homônimo de Camilo Castelo Branco e é conhecido por sua longa duração (cerca de 4 horas) e narrativa complexa. O filme conta a história de uma série de personagens interligados, atravessando décadas e revelando segredos do passado. Aqui, o tempo é utilizado como um fio condutor, permitindo que o público mergulhe em uma história rica de intrigas, relacionamentos e memórias.

3. “Aquele Querido Mês de Agosto” (2008) – Dirigido por Miguel Gomes

Neste filme, o tempo é utilizado de forma inovadora e envolvente. A narrativa gira em torno de uma banda de música que percorre várias aldeias do interior de Portugal durante o mês de agosto. À medida que o tempo avança, acompanhamos não só as performances da banda, mas também os relacionamentos e conflitos entre os personagens. O tempo aqui funciona como um elemento de suspense, já que o público é levado a se questionar sobre o que irá acontecer no próximo dia, na próxima apresentação.

4. “Os Verdes Anos” (1963) – Dirigido por Paulo Rocha

Este é considerado um dos filmes fundadores do Novo Cinema Português, movimento que marcou uma renovação estética e temática na produção cinematográfica do país. “Os Verdes Anos” retrata a vida de um jovem imigrante rural que se apaixona por uma mulher da cidade. O filme utiliza o tempo como ferramenta para explorar a solidão, o sentimento de deslocamento e a inquietação do protagonista, que está em constante confronto com o mundo ao seu redor.

Conclusão

O tempo como protagonista no cinema português é uma temática recorrente que reflete a maneira como o país lida com a memória, a identidade e a passagem do tempo. Através do uso cuidadoso e criativo do tempo, diretores portugueses são capazes de criar narrativas envolventes e emocionantes, que conectam o passado e o presente de forma única. Os filmes mencionados neste artigo são apenas alguns exemplos do rico universo cinematográfico português, mas eles ilustram de forma brilhante como o tempo pode ser utilizado como protagonista e como essa abordagem pode enriquecer a experiência do público.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.