Sun. May 5th, 2024
music


A música é sem sombra de dúvidas uma das maiores expressões da cultura humana, tendo o poder de transmitir emoções, contar histórias e até mesmo representar uma nação inteira.

No Brasil, a música é extremamente importante para a identidade nacional, já que ela é responsável por registrar e transmitir a diversidade cultural do país.

Ao longo da nossa história musical, diversos ritmos e gêneros foram incorporados e desenvolvidos, entre eles a música africana, que teve grande influência na formação da música brasileira.

A África é um continente com uma diversidade musical incrível, que se reflete nas várias regiões e países que o compõem. Muitos desses ritmos africanos foram trazidos para o Brasil durante o tráfico negreiro, que durou mais de 300 anos e trouxe milhões de africanos escravizados para o país.

A música africana se integrou ao cenário brasileiro de forma gradual e natural, sendo incorporada ao samba, ao maracatu, ao frevo, à capoeira e a muitos outros ritmos e gêneros.

Para compreendermos o real impacto da música africana na música brasileira, devemos analisar os principais ritmos que foram influenciados por ela.

O samba, um dos ritmos mais populares do Brasil, é um grande exemplo dessa influência. As raízes do samba são africanas, mais especificamente da região de Angola, onde surgiu o semba, que significa “umbigada”, uma dança em que dois ou mais dançarinos se aproximam e se tocam com seus umbigos. Essa dança foi adaptada pelos escravos brasileiros e deu origem ao samba.

A presença africana no samba pode ser notada em sua sonoridade, que utiliza instrumentos típicos da África, como o atabaque, o reco-reco, a cuíca e o agogô. Além disso, muitas letras do samba fazem referência à cultura e tradições africanas, como as religiões de matriz africana, a capoeira e o candomblé.

Outro ritmo que foi influenciado pela música africana é o maracatu. Originário de Pernambuco, o maracatu é uma manifestação cultural de origem africana que se desenvolveu a partir dos cortejos de reis africanos que eram realizados na época do Carnaval. O ritmo mescla elementos religiosos africanos com a cultura brasileira, formando um ritmo único e muito valorizado na região.

A música africana também influenciou o frevo, outro ritmo característico de Pernambuco. O frevo surgiu como uma evolução do maxixe, um ritmo popular na época, que misturava elementos da música africana e européia. O frevo é uma dança de ritmo acelerado, marcada pela intensidade e pela presença de instrumentos de sopro, como o trombone, a trombeta e o saxofone.

A capoeira, uma forma de luta e dança brasileira, também tem forte presença africana em sua música. Os berimbaus, instrumentos que acompanham a capoeira, são de origem africana e foram trazidos ao Brasil pelos escravos. Além disso, muitas músicas que são cantadas durante as rodas de capoeira tem inspiração na cultura e tradições africanas.

Por último, não podemos deixar de mencionar a influência da música africana nas religiões de matriz africana. O candomblé e a umbanda são exemplos de religiões que possuem forte presença africana em sua música e liturgia. Os tambores, que são utilizados nas cerimônias religiosas, são de origem africana e possuem uma sonoridade que remete aos ritmos africanos.

Assim, podemos concluir que a música africana teve um impacto significativo na música brasileira, contribuindo para a formação de alguns dos principais ritmos e gêneros musicais do país. Essa influência se manteve forte e presente ao longo dos anos, fazendo com que a música brasileira seja única e diversa, refletindo a riqueza cultural das raízes africanas.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.