Mon. May 6th, 2024


A música de dança sempre desempenhou um papel importante na sociedade, transmitindo mensagens políticas e sociais por meio de batidas vibrantes e letras provocativas. Em Portugal, essa forma de expressão artística tem sido usada como uma poderosa ferramenta de protesto ao longo dos anos, especialmente durante períodos de agitação política e social.

Um dos exemplos mais emblemáticos desse uso da música de dança como forma de protesto em Portugal ocorreu durante a ditadura do Estado Novo, que vigorou de 1933 a 1974. Nesse período, a censura governamental controlava a música e limitava a liberdade de expressão dos artistas. No entanto, mesmo assim, os músicos encontraram maneiras criativas de se comunicar com o público e criticar o regime autoritário por meio de suas letras e performances.

Um dos gêneros musicais que se destacou nesse contexto foi o fado, uma forma tradicional de música portuguesa caracterizada por sua melancolia e nostalgia. Durante a ditadura, muitos fadistas usaram sua arte para transmitir mensagens de resistência e esperança, mesmo que de forma indireta e simbólica. Canções como “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, se tornaram hinos de protesto e símbolos da luta pela liberdade.

Além do fado, a música de dança também desempenhou um papel importante na resistência contra a ditadura no Portugal. Grupos de música popular como os “Trovas do Vento Que Passa” e os “Brigada Victor Jara” usaram suas canções para denunciar a repressão política e social e instigar a população a se unir em prol da mudança. As festas e os bailes organizados por esses artistas se tornaram espaços de resistência e solidariedade, onde as pessoas podiam se expressar livremente e se conectar umas com as outras através da música.

Com o fim da ditadura em 1974, a música de dança continuou a desempenhar um papel relevante na vida política e cultural de Portugal. Durante os anos 80, surgiram bandas de punk e rock que protestavam contra as injustiças sociais e as desigualdades econômicas do país. Canções como “Anos 80” dos Xutos e Pontapés e “Ninguém” dos GNR se tornaram símbolos da luta pela igualdade e pela justiça social.

Nos anos mais recentes, a música eletrônica se tornou uma ferramenta poderosa de protesto em Portugal. Festivais de música como o Boom Festival e o Neopop tornaram-se espaços de resistência e celebração, onde os participantes podem se expressar livremente e se unir em torno de causas políticas e sociais. DJs e produtores locais têm usado suas batidas contagiantes para transmitir mensagens de solidariedade, igualdade e liberdade, inspirando as pessoas a se envolverem ativamente nas questões que afetam suas comunidades.

Em resumo, a música de dança tem desempenhado um papel crucial na luta contra a opressão e na defesa dos direitos humanos em Portugal. Desde a resistência à ditadura do Estado Novo até os dias atuais, os artistas têm usado suas canções e performances para desafiar o status quo e estimular a mudança. Através da música, as pessoas podem se unir, expressar suas vozes e criar um mundo mais justo e igualitário para todos.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.