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A música africana influenciou grandemente a cultura musical brasileira ao longo dos séculos. Durante o período colonial e escravocrata no Brasil, a música africana foi trazida pelos escravos oriundos da África Ocidental e Central, que foram obrigados a trabalhar nas plantações de açúcar no Nordeste e nas minas de ouro em Minas Gerais. Essa música foi fundamental para a formação da música popular brasileira, uma vez que os escravos africanos trouxeram consigo suas tradições musicais, danças e ritmos de seus países de origem.

Na época da escravidão, os africanos eram proibidos de praticar suas tradições religiosas e culturais. No entanto, a música era uma das poucas formas de comunicação que eles tinham para preservar suas tradições e resistir à opressão. Na música, eles encontraram uma maneira de celebrar suas crenças e identidades africanas, e também de se comunicar uns com os outros em meio às condições adversas.

A influência da música africana pode ser vista em um grande número de gêneros musicais brasileiros, incluindo o samba, o axé, a música afro-brasileira, o funk, o rap e a música popular nordestina. A música africana influenciou tanto os ritmos quanto as letras. Os ritmos africanos são conhecidos por suas melodias complexas, percussão exuberante, danças rituais e cânticos, que foram incorporados à música popular brasileira.

O samba é o gênero musical mais associado à influência africana no Brasil. Originalmente, o samba era uma dança afro-brasileira que apresentava muitas influências africanas, particularmente das tradições musicais da África Ocidental. O samba foi desenvolvido nas comunidades negras do Rio de Janeiro, no final do século XIX, e gradualmente tornou-se uma forma popular de entretenimento em todo o Brasil. Nas décadas seguintes, o samba evoluiu e se diversificou em vários subgêneros, como o samba-enredo, o samba de roda do Recôncavo Baiano e o partido alto.

A música afro-brasileira é um gênero musical que surgiu durante o movimento cultural negro dos anos 1970 e se tornou uma das principais formas de expressão da comunidade negra no Brasil. Este estilo incorpora influências de música africana, soul, jazz e funk. A música afro-brasileira é conhecida por suas letras politizadas e mensagens de resistência e conscientização racial.

O axé é um gênero de música popular que surgiu na Bahia na década de 1980, a partir de uma mistura de ritmos africanos, brasileiros e caribenhos. O axé é conhecido por sua percussão energética, seus ritmos de dança contagiantes e suas letras que celebram o amor, a liberdade e a felicidade.

O funk é um gênero musical que surgiu na década de 1980 em comunidades pobres do Rio de Janeiro. Originalmente, o funk era uma mistura de diferentes estilos musicais, incluindo soul, hip-hop e reggae, mas rapidamente se tornou um gênero musical próprio com influências de ritmos africanos e brasileiros. O funk é conhecido por suas batidas pulsantes e letras que abordam temas como o amor, a vida nas favelas e a violência policial.

O rap é um gênero musical que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970, mas que se tornou popular no Brasil na década de 1980, através do movimento hip-hop. O rap brasileiro é conhecido por suas letras politizadas e que abordam temas como o racismo, a violência nas favelas e a desigualdade social. As influências africanas são visíveis no uso da percussão e em outros elementos dos arranjos musicais.

A música popular nordestina é outro exemplo da influência africana na cultura musical brasileira. A música nordestina é caracterizada por uma grande diversidade de ritmos, danças e melodias, que incluem influências africanas, indígenas e portuguesas. Os ritmos africanos, como o baião e o maracatu, têm sido tradicionalmente presentes na música popular nordestina.

Em resumo, a influência da música africana na cultura musical brasileira é evidente em uma infinidade de gêneros musicais e estilos que compõem a música popular brasileira. A música africana é uma parte fundamental da história do Brasil, especialmente da cultura afro-brasileira. A música africana, desde os tempos da escravidão, serviu como um meio de resistência e de preservação da identidade e cultura do povo negro no Brasil. A música foi e continua sendo uma forma de expressão da comunicação, da celebração e conscientização racial, e da luta por igualdade e justiça social.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.