Tue. Apr 30th, 2024
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A música brasileira é uma mescla de influências de diversas origens. Desde a época dos povos indígenas, passando pela colonização portuguesa e imigração de outras partes do mundo, como a Itália, Espanha e Alemanha, até a chegada dos africanos escravizados, o Brasil se tornou um caldeirão de culturas, onde cada uma deixou sua marca na música e na cultura brasileira. Mas é importante destacar que a influência africana na música brasileira é de extrema importância e impacto, não só na música, mas também na cultura do país.

Neste artigo, vamos explorar mais detalhadamente como a influência africana na música brasileira se concretizou ao longo dos anos, dando à luz ao samba, ao frevo, ao maracatu e muitos outros ritmos que fazem parte do patrimônio cultural brasileiro.

A diáspora africana e a escravidão no Brasil

Antes de começarmos a falar sobre a música, é importante contextualizar o período da escravidão no Brasil e a diáspora africana. A escravidão no Brasil durou cerca de 388 anos, sendo que a maior parte dos escravos era oriunda do continente africano. Entre os anos de 1501 e 1866, estima-se que cerca de 4,9 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil, sendo que a maior parte deles foi destinada às plantações de cana-de-açúcar, café e algodão.

Esses africanos foram arrancados à força de suas terras e trazidos para trabalhar em condições subumanas no Brasil, sem direitos, sem liberdade e sem qualquer perspectiva de vida melhor. Mas apesar de toda essa opressão, esses escravos não perderam sua cultura e seus valores. Eles lutaram para manter suas raízes vivas, mesmo em terras estranhas, e isso se mostrou muito forte na música, que era uma forma de expressão e de comunicação entre eles.

A influência africana na música brasileira

A influência africana na música brasileira é muito forte e se faz presente em diversos ritmos. O samba, por exemplo, é um dos ritmos mais conhecidos e apreciados no Brasil e é também o ritmo mais associado à cultura negra. O samba surgiu no início do século XX no Rio de Janeiro, a partir da mescla de ritmos africanos, como o jongo, com instrumentos europeus, como o violão e o cavaquinho.

Além do samba, outros ritmos como o maracatu e o frevo, típicos do nordeste do Brasil, também têm uma forte influência africana. O maracatu é um ritmo de batuque executado por um grande grupo de percussão, acompanhado de canto e dança. Já o frevo, é um ritmo bem mais acelerado, com uma forte presença de metais na sua execução.

Mas a influência africana não se restringe apenas aos ritmos musicais. Ela está presente também nos instrumentos, na forma como são tocados e até nas próprias letras das músicas. O berimbau, por exemplo, é um instrumento de percussão de origem africana, muito utilizado na capoeira, que é uma mistura de arte marcial e dança. Já a cuíca, também de origem africana, é um instrumento de sopro, muito presente no samba.

Outro exemplo de influência africana na música brasileira são as letras das músicas. Muitas vezes as letras de músicas do samba, por exemplo, abordam temas ligados à luta pela liberdade, à resistência à opressão e à afirmação da identidade negra. Essas temáticas são muito presentes também em outros ritmos de origem africana.

A resistência cultural e a luta pela liberdade

A música sempre foi uma forma de resistência e de luta pela liberdade para os escravos africanos no Brasil. Eles cantavam e dançavam para se fortalecerem na luta contra a opressão e na busca por uma vida melhor. A música era uma forma de manter a identidade e a cultura viva, mesmo em um ambiente hostil e violento.

Ao longo dos anos, a influência africana na música brasileira foi se acentuando cada vez mais, até se tornar um elemento fundamental da cultura nacional. A música brasileira é uma das mais ricas e diversificadas do mundo, e isso se deve em grande parte à presença da cultura africana em suas raízes.

Conclusão

A influência africana na música brasileira é inegável e de extrema importância. A música é uma forma de expressão e de resistência, que os escravos africanos empregaram com muita maestria para manter sua identidade e cultura vivas em um ambiente hostil e violento.

Os ritmos como o samba, o maracatu e o frevo, são exemplos da riqueza dessa cultura, que se expressa em diversos instrumentos, formas de canto e dança. E mesmo depois de tanto tempo, essa presença africana se faz presente na música brasileira atual, mostrando que as raízes nunca se perdem completamente.

A música é uma forma de valorização da história e da cultura de um povo, e no caso da música brasileira, essa valorização se faz presente na música dos composi tores e artistas de hoje, que mantêm viva essa influência africana em suas obras. E assim, a música brasileira segue em evolução, preservando suas raízes e criando novas experiências, e, por essa razão, segue sendo tão apreciada e reconhecida em todo o mundo.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.