Fri. May 17th, 2024
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A influência africana na dança brasileira é um tema fascinante que remonta aos primórdios da história do Brasil. Durante séculos, a cultura africana desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das danças do país, deixando marcas profundas e duradouras que ainda podem ser observadas hoje.

A diáspora africana começou no século XVI, quando os europeus trouxeram milhões de africanos para serem escravizados nas plantações de cana-de-açúcar e nas minas de ouro do Brasil. Esses africanos traziam consigo não apenas suas habilidades e tradições culturais, mas também sua música, ritmo e dança.

As danças africanas eram uma forma de expressão cultural e espiritual para esses indivíduos, e eles as mantiveram vivas mesmo em meio às condições desumanas do cativeiro. Em sua essência, as danças africanas eram uma celebração da vida e uma busca por liberdade. Eles eram uma forma de comunicação e resistência, permitindo que os escravos se conectassem com sua terra natal e expressassem suas emoções e identidade.

Com o tempo, a interação entre os africanos e os brasileiros resultou em uma troca cultural rica e complexa. Muitos escravos africanos foram levados para as áreas urbanas do Brasil, onde tiveram a oportunidade de entrar em contato com diferentes grupos étnicos e culturas. Essa mistura de influências étnicas e culturais deu origem a uma série de danças únicas e distintas.

Uma das danças mais conhecidas que refletem fortemente a influência africana é o samba. Originário da Bahia e do Rio de Janeiro, o samba é uma das manifestações mais populares da cultura brasileira. Ele combina elementos rítmicos e coreográficos das danças africanas com influências indígenas e europeias. O samba é caracterizado por movimentos fluidos, sensuais e improvisados, que são realizados ao som de instrumentos percussivos, como o tamborim, o pandeiro e o surdo.

Outra dança que reflete a influência africana é o maracatu. Originário do estado de Pernambuco, o maracatu é uma manifestação cultural afro-brasileira que combina música, dança e teatro. Essa dança se originou nas celebrações monocromáticas que os escravos realizavam em homenagem aos reis e rainhas africanos. O maracatu é marcado por ritmos fortes, instrumentos de percussão, como o tambor e o ganzá, e movimentos majestosos que imitam a realeza africana.

Além disso, o candomblé, uma religião afro-brasileira, também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da dança brasileira. O candomblé é uma religião sincrética que combina elementos das religiões africanas com o catolicismo. Durante as cerimônias religiosas, os praticantes realizam danças rituais para honrar os orixás, entidades divinas do candomblé. Essas danças são uma expressão de devoção religiosa e uma forma de conexão com o divino.

A influência africana na dança brasileira não se limita apenas a esses estilos específicos. Ela permeia todas as formas de dança no país, seja no frevo, no forró, no axé ou em qualquer outra manifestação artística. A musicalidade, os movimentos expressivos e a energia contagiante presentes nas danças brasileiras são herança direta da cultura africana.

É importante reconhecer e valorizar a influência africana na dança brasileira, pois ela é uma parte essencial da identidade cultural do país. A dança é uma forma poderosa de preservar e transmitir tradições, além de ser uma manifestação artística que une e conecta as pessoas.

A influência africana na dança brasileira é um testemunho da resiliência e da criatividade do povo negro, que mesmo nas condições mais adversas, encontrou maneiras de celebrar e expressar sua cultura. É uma celebração da diversidade étnica e cultural do Brasil, que continua a inspirar e influenciar dançarinos e artistas de todo o mundo.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.