Thu. Apr 18th, 2024


O Unloved faz oito anos hoje. Sempre esperei, naquela época, alcançar esse marco, mas estar vivo para isso é algo totalmente diferente, porque isso passou de um apelo a uma lista de desejos esquecida. As coisas que mais quero do cinema contemporâneo, o destemor dos filmes que defendi aqui, foram suplantados por um excesso de cálculos que não consigo engolir.

O Unloved faz oito anos hoje. Eu tinha 22 anos quando essa ideia foi encontrada pela primeira vez. Quando tive minha curiosidade validada por meus heróis. Quando comecei a descarregar uma curta vida de queixas de um público desavisado. Quando as pessoas que eu respeito começaram a me dizer que eu estava no caminho certo. Que eu não estava louco.

O Unloved está com oito anos hoje e eu queria voltar no tempo. Para redescobrir uma pessoa que amo há mais tempo do que sei comunicar, que nos deu o cinema como o conhecemos agora, para relembrar uma época para a qual eu não vivi, em que uma obra de arte poderia te surpreender tanto muito pode abalar sua fé. Isso pode mudar o mundo.

O não amado está com oito anos hoje e posso não ter mudado nada, posso não ter feito mais do que mudar a mente de um punhado de céticos em busca de uma desculpa para revisitar algum que poderia ter sido esquisito, mas não faço isso porque conheço o meu próprio valor como artista, como crítico, mas porque acredito ainda nesta forma de arte. Acredito que podemos mudar as coisas à nossa maneira. Ainda acredito na arte, como Godard acreditava nela em 1985, quando inclinou a Terra ligeiramente para fora de seu eixo. Ainda podemos fazer isso se tentarmos. Eu quero que tentemos.

O Unloved está com oito anos hoje e quero agradecer a todos por lerem e assistirem e saberem que ele existe. Obrigado, obrigado, obrigado. Você faz isso valer a pena. As horas que passei ouvindo minha própria voz cuspida de volta para mim, as horas das teclas de um laptop clicando, as coisas que você não consegue tornar empolgantes ou poéticas, as minúcias de tentar. Vale a pena, claro que vale, porque acredito que é isso que devo fazer, mas isso não significa nada sem você. Obrigada.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.