Fri. Nov 8th, 2024

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Se você viu o filme, sabe o momento. O detetive de Poitier, Virgil Tibbs, e o chefe de Steiger, Bill Gillespie, visitam a casa de um fazendeiro branco chamado Endicott (Larry Gates), para questioná-lo. Quando Endicott percebe que Tibbs o está tratando como suspeito, fica tão ofendido que lhe dá um tapa.

Tibbs dá um tapa nele de volta. Então ele olha para ele.

Endicott está chocado em seu núcleo. “Houve um tempo”, diz ele, levando a mão ao rosto, “que eu poderia ter mandado um tiro em você”.

Essa cena me deixou no chão. Lembro-me de sentir o poder disso, por si só – e mais ainda, o poder de Poitier.

Crescendo, descobri que Poitier era uma figura aspiracional – um Super-Homem negro, não em destreza física, mas em simbologia. Ele representou a esperança ao longo de sua carreira. Poitier tinha a capacidade de ser tão realista sobre sua posição na vida, sobre sua própria realeza. Pareceu-me que Poitier usava essa realeza com leveza, e essa era a chave – o que o tornava tão amado e que, por alguns momentos ou horas na tela, desmoronou a realidade dos negros na América.

Os personagens de Poitier raramente ficavam violentos, mas quando o faziam, o impacto era esmagador: um pequeno evento ampliado porque ele raramente ia lá. Esses atos de desafio parcelados, mesmo para os padrões de hoje, são altos, porque Poitier foi muito sincero sobre eles. Ele não os “jogou”. Quando ele entra em uma briga com Tony Curtis em “The Defiant Ones”, de Stanley Kramer, é tão natural, tão perfeito, como se fosse a única maneira que poderia ter sido, apesar de todas as maneiras que não foi para tantos homens negros naquela época.

The Slap aconteceu no auge absoluto da proeminência da cultura pop de Poitier, numa época em que ele estava sendo elogiado por muitos por seu status de pioneiro e criticado por outros por ser muito seguro.

O Tapa foi o momento em que a imagem e a trajetória de carreira de Poitier mudaram. E as possibilidades para artistas negros no mainstream mudaram com isso.

Agora, para ser claro, sempre havia homens negros que se posicionavam, homens que desafiavam ou lutavam com autoridade, homens que aproveitavam a oportunidade para afirmar sua humanidade inerente. Mas Poitier alcançou aqueles que não eram exceções, aqueles que precisavam ver uma possibilidade de transcendência em uma forma de arte que mais frequentemente os excluía ou caricaturava. Ele fez os espectadores desejarem dar a si mesmos a mesma liberdade exemplificada por Poitier: liberdade para buscar, criar, lutar.

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By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.