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O papel da IA na composição musical


O papel da IA na composição musical tem sido objeto de debate entre músicos, estudiosos e tecnólogos há muitos anos. A inteligência artificial (IA) pode ser definida como a capacidade de um computador imitar a cognição humana, incluindo a capacidade de aprender, raciocinar, adaptar-se e autodirigir-se. Na música, a IA tem sido utilizada como uma ferramenta poderosa para criar, analisar e aprimorar a composição musical.

Desde os anos 80, a IA tem sido usada para criar música, principalmente nos gêneros de música eletrônica, onde a criação de padrões repetitivos pode ser facilmente programada. O compositor francês Pierre Boulez foi um dos primeiros a experimentar o uso da IA na música em seu software “Série”. O programa foi capaz de gerar peças musicais baseadas em uma série matemática, que o compositor usou em muitas de suas obras.

Nos últimos anos, a IA avançou significativamente e agora é capaz de criar música em todos os gêneros. Um exemplo é o programa AIVA (Artificial Intelligence Virtual Artist), criado pela empresa belga de tecnologia Amper Music. A AIVA é capaz de criar músicas a partir de uma base de dados de melodias e harmonias existentes, analisando e identificando padrões comuns e criando novas músicas a partir deles. Desde o seu lançamento, a AIVA já criou várias composições originais que foram usadas em comerciais, filmes e até mesmo em uma apresentação ao vivo no festival SXSW.

Outro exemplo é o programa “Flow Machines”, desenvolvido pelo compositor francês Benoît Carré. O programa usa algoritmos para analisar músicas existentes e criar novas músicas com base em seus elementos. Em 2016, Carré lançou um álbum chamado “Hello World” com músicas compostas em colaboração com a IA. O álbum foi lançado por uma grande gravadora e bem recebido pela crítica.

A IA também pode ser usada para analisar e aprimorar a composição musical. A empresa americana Landr, por exemplo, criou um software chamado “Hudba”, que usa a IA para analisar músicas e dar sugestões de mixagem e masterização. O programa pode detectar problemas como saturação, falta de clareza ou problemas de EQ e sugerir ajustes para corrigi-los.

Além disso, a IA também pode ser usada como uma ferramenta de aprendizado para músicos. O programa “Musiio” é capaz de analisar grandes bancos de dados de músicas e identificar padrões e tendências. O programa pode ajudar músicos a descobrir novas tendências musicais e inspirações para suas próprias composições.

No entanto, nem todos os músicos estão entusiasmados com o uso da IA na composição musical. Alguns argumentam que a música é uma expressão artística única, criada por um ser humano com emoção e sentimento. Outros temem que a IA possa deslocar músicos humanos e torná-los irrelevantes na indústria musical.

Como a IA continua a avançar, é provável que o seu papel na composição musical continue a crescer. Embora haja desafios e questões éticas a serem consideradas, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar músicos a criar músicas mais originais, inspiradoras e emocionais.

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