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O impacto da música africanas na música brasileira

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A música é sem sombra de dúvidas uma das maiores expressões da cultura humana, tendo o poder de transmitir emoções, contar histórias e até mesmo representar uma nação inteira.

No Brasil, a música é extremamente importante para a identidade nacional, já que ela é responsável por registrar e transmitir a diversidade cultural do país.

Ao longo da nossa história musical, diversos ritmos e gêneros foram incorporados e desenvolvidos, entre eles a música africana, que teve grande influência na formação da música brasileira.

A África é um continente com uma diversidade musical incrível, que se reflete nas várias regiões e países que o compõem. Muitos desses ritmos africanos foram trazidos para o Brasil durante o tráfico negreiro, que durou mais de 300 anos e trouxe milhões de africanos escravizados para o país.

A música africana se integrou ao cenário brasileiro de forma gradual e natural, sendo incorporada ao samba, ao maracatu, ao frevo, à capoeira e a muitos outros ritmos e gêneros.

Para compreendermos o real impacto da música africana na música brasileira, devemos analisar os principais ritmos que foram influenciados por ela.

O samba, um dos ritmos mais populares do Brasil, é um grande exemplo dessa influência. As raízes do samba são africanas, mais especificamente da região de Angola, onde surgiu o semba, que significa “umbigada”, uma dança em que dois ou mais dançarinos se aproximam e se tocam com seus umbigos. Essa dança foi adaptada pelos escravos brasileiros e deu origem ao samba.

A presença africana no samba pode ser notada em sua sonoridade, que utiliza instrumentos típicos da África, como o atabaque, o reco-reco, a cuíca e o agogô. Além disso, muitas letras do samba fazem referência à cultura e tradições africanas, como as religiões de matriz africana, a capoeira e o candomblé.

Outro ritmo que foi influenciado pela música africana é o maracatu. Originário de Pernambuco, o maracatu é uma manifestação cultural de origem africana que se desenvolveu a partir dos cortejos de reis africanos que eram realizados na época do Carnaval. O ritmo mescla elementos religiosos africanos com a cultura brasileira, formando um ritmo único e muito valorizado na região.

A música africana também influenciou o frevo, outro ritmo característico de Pernambuco. O frevo surgiu como uma evolução do maxixe, um ritmo popular na época, que misturava elementos da música africana e européia. O frevo é uma dança de ritmo acelerado, marcada pela intensidade e pela presença de instrumentos de sopro, como o trombone, a trombeta e o saxofone.

A capoeira, uma forma de luta e dança brasileira, também tem forte presença africana em sua música. Os berimbaus, instrumentos que acompanham a capoeira, são de origem africana e foram trazidos ao Brasil pelos escravos. Além disso, muitas músicas que são cantadas durante as rodas de capoeira tem inspiração na cultura e tradições africanas.

Por último, não podemos deixar de mencionar a influência da música africana nas religiões de matriz africana. O candomblé e a umbanda são exemplos de religiões que possuem forte presença africana em sua música e liturgia. Os tambores, que são utilizados nas cerimônias religiosas, são de origem africana e possuem uma sonoridade que remete aos ritmos africanos.

Assim, podemos concluir que a música africana teve um impacto significativo na música brasileira, contribuindo para a formação de alguns dos principais ritmos e gêneros musicais do país. Essa influência se manteve forte e presente ao longo dos anos, fazendo com que a música brasileira seja única e diversa, refletindo a riqueza cultural das raízes africanas.

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