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Crítica: Cancelando Sócrates, Jermyn Street Theatre


Crítica: Cancelando Sócrates, Jermyn Street Theatre

Howard Brenton, um dramaturgo muito elogiado cujo trabalho encontrou lares na maioria das grandes casas de teatro do Reino Unido, se reúne com o diretor Tom Littler para trazer o provocativamente intitulado Canceling Socrates ao Jermyn Street Theatre do West End. Esta é uma pequena peça divertida que torna o grande homem mortal, mas, ao contrário do próprio filósofo, tem muito pouco a dizer. Aqui estamos em uma Atenas chique e elegante, onde Sócrates (Jonathan Hyde) é acusado de impiedade (ou zombaria dos deuses para nós, não gregos antigos) e corromper a juventude. Ele encontra seu adversário, seu amigo inculto Eutífron…

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60

Bom

Uma brincadeira divertida que torna o grande homem mortal, mas ao contrário do próprio filósofo, tem muito pouco a dizer.

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Howard Brentonum dramaturgo muito elogiado cujo trabalho encontrou lares na maioria das principais casas de teatro do Reino Unido, se reúne com o diretor Tom Littler para trazer o provocativamente intitulado Cancelando Sócrates para o West End Teatro da Rua Jermyn. Esta é uma pequena peça divertida que torna o grande homem mortal, mas, ao contrário do próprio filósofo, tem muito pouco a dizer.

Aqui estamos numa Atenas chique e cheia de estilo, onde Sócrates (Jonathan Hyde) é acusado de impiedade (ou zombaria dos deuses para nós não gregos antigos) e corromper a juventude. Ele encontra seu adversário, seu amigo inculto Eutífron (Robert Mountford), que está a caminho de acusar o próprio pai de homicídio no tribunal de magistrados. Com a piedade em mente, Sócrates desafia Eutífron a definir o conceito, à la seu famoso dilema.

As melhores partes desta peça são as reescritas de Brenton dos diálogos socráticos (talvez mais lembradas do que as gravações puras e mitificadas de Platão), que mostram o quanto um Sócrates irritante – mas é claro que necessariamente – pedante poderia ser. Estes são tratados com um humor brilhante, levantado por Mountford. Hyde é natural nesse papel e o desempenha com o devido respeito, mas não sem humor.

Misturados com os diálogos estão os bastidores do julgamento de Sócrates e de sua última noite na cela. Isso dá a Brenton a oportunidade de apresentar a esposa amargurada do filósofo junto com sua ex, Xanthippe (Hannah Morrish) e Aspásia (Ala Sofia). Infelizmente (Bechdel que se dane), eles não têm muito o que fazer aqui além de se preocupar com Sócrates e jogar uma dialética sobre o indivíduo versus a sociedade. Isso permite que o par faça pouco mais do que brigar e, embora seja retoricamente interessante, não parece muito divertido atuar.

O primeiro ato contém muitas piscadelas e cutucadas para deixar claro que não estamos em Atenas, mas que devemos ler algo contemporâneo nesta peça. A narrativa realmente não se envolve com ‘cancelamento’ (e talvez isso seja para melhor), com exceção de alguns toques curtos no apito para uma certa política contemporânea e rabugenta; “Os jovens acreditam que é seu direito absoluto estarem chateados”, sendo um exemplo particularmente grosseiro. Mas isso pode ser deixado de lado, já que o referente muda constantemente para se esquivar de uma política específica. Talvez ao discutir ‘cancelamento’ seja melhor se referir à forma do dilema de Eutífron – ‘cancelado’ é algo que alguém é, ou algo que alguém fez a eles?

Esta nova peça evita retratos desajeitados de Sócrates, trazendo humor à dialética, mas é uma estrada esburacada com alguns diálogos desajeitados. Littler encontrou um excelente par em Hyde e Mountford, mas no geral esta peça está faltando, como prometido pelo título.

Escrito por: Howard Brenton
Direção: Tom Littler
Cenário e figurino por: Isabella Van Braeekel
Projeto de iluminação por: William Reynolds
Design de som por: Max Peppenheim e Ali Taie

Cancelar Sócrates toca no Jermyn Street Theatre até 2 de julho. Mais informações e reservas podem ser encontradas aqui.



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