Sat. Sep 21st, 2024
drama


A influência do drama na cultura portuguesa é algo que remonta a séculos atrás e que persiste até os dias de hoje. O teatro sempre desempenhou um papel crucial na forma como os portugueses se expressam e se relacionam com o mundo ao seu redor.

Desde os tempos do Teatro Popular de Gil Vicente no século XVI, passando pelo período áureo do teatro barroco no século XVII com autores como António José da Silva, até a modernidade com dramaturgos contemporâneos como Almada Negreiros e Fernando Pessoa, o drama tem sido uma forma de arte profundamente enraizada na identidade cultural portuguesa.

O teatro sempre teve um caráter popular em Portugal, com peças sendo apresentadas em praças públicas, feiras e festas tradicionais. O drama era uma forma de entretenimento acessível a todas as camadas da sociedade, sendo uma forma de escapismo e de reflexão sobre as questões mais prementes da sociedade da época.

No teatro barroco, vemos a influência da religião e da moralidade na cultura portuguesa. As peças muitas vezes tinham um caráter didático e moralizante, com o objetivo de ensinar lições de virtude e devoção aos espectadores. Eram encenadas principalmente em igrejas e conventos, com um forte apelo visual e emocional.

Já no século XX, com a emergência do modernismo, o teatro português passou por profundas transformações. Autores como Almada Negreiros e Fernando Pessoa exploraram novas formas de expressão, rompendo com as convenções teatrais tradicionais e questionando as normas vigentes da sociedade portuguesa.

Almada Negreiros, por exemplo, foi um dos principais expoentes do teatro de vanguarda em Portugal, explorando a relação entre palavra e imagem, entre realidade e fantasia, de forma inovadora e provocante. Suas peças, como “Deseja ou Fortuna”, desafiaram as convenções teatrais da época e influenciaram gerações futuras de dramaturgos portugueses.

Fernando Pessoa, por sua vez, utilizou o teatro como forma de explorar a multiplicidade de personas e vozes interiores que habitavam sua mente criativa. Em suas peças teatrais, como “O Marinheiro”, ele criou personagens complexos e ambíguos, que refletiam os dilemas e inquietações do homem moderno.

Hoje em dia, o teatro em Portugal continua a desempenhar um papel relevante na cultura do país. Festivais de teatro como o Festival de Almada e o Festival Internacional de Teatro de Setúbal promovem a produção teatral nacional e internacional, proporcionando um espaço de encontro e diálogo entre artistas e público.

Além disso, o teatro contemporâneo em Portugal reflete as questões e desafios do mundo atual, abordando temas como a identidade, a migração, o poder, a justiça social e a sustentabilidade ambiental. Dramaturgos como Tiago Rodrigues e Rui Horta têm contribuído para a renovação do teatro português, explorando novas linguagens e formas de expressão.

Em suma, a influência do drama na cultura portuguesa é profunda e multifacetada, refletindo a história e a identidade do povo português ao longo dos séculos. O teatro continua a ser um espaço de liberdade e criatividade, onde as vozes da sociedade podem ser ouvidas e as questões mais prementes podem ser debatidas e contestadas. É uma forma de arte que nos desafia e nos inspira, atravessando fronteiras e conectando-nos uns aos outros de forma única e profunda.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.