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A música brasileira, ao longo de sua história, passou por diversas influências e transformações. Dentre essas influências, uma das mais notáveis é a do jazz. O jazz, gênero musical que surgiu nos Estados Unidos no início do século XX, influenciou a música brasileira em diversos aspectos, como a harmonia, a improvisação e o ritmo.

A influência do jazz na música brasileira começou a ser sentida principalmente na década de 1930, quando músicos norte-americanos começaram a desembarcar no país. Eles traziam consigo discos e partituras de jazz, que rapidamente conquistaram os músicos brasileiros. A partir daí, formou-se uma intensa troca de informações e ideias entre os dois países, que deu origem a uma corrente musical que ficou conhecida como samba-jazz.

O samba-jazz é uma combinação do improviso do jazz com a cadência do samba. Ele é resultado da fusão de ritmos, melodias e ritmos, além de influências culturais e musicais vindas dos Estados Unidos e África. Esse estilo musical ficou muito popular no Brasil na década de 1950, com músicos como João Donato, Luiz Eça, Eumir Deodato e Tamba Trio.

Luiz Eça foi um dos principais expoentes do samba-jazz no Brasil. Ele começou a carreira nos anos 1950 como pianista de cantoras como Elza Soares e Maysa, e ao longo dos anos se tornou um dos músicos mais respeitados e reconhecidos do país. Eça criava arranjos sofisticados, misturando elementos de jazz, bossa nova e samba, além de ser um pianista excepcionalmente talentoso.

Outro músico que contribuiu muito para o desenvolvimento do samba-jazz foi João Donato. Ele foi um dos principais responsáveis por introduzir o piano elétrico na música brasileira, além de ter sido um grande parceiro de Rita Lee nos anos 1970. Donato é conhecido por sua naturalidade ao misturar jazz, samba e bossa nova em suas composições, e ainda é um dos músicos mais influentes do cenário musical brasileiro.

Eumir Deodato é outro músico que tem uma relação muito próxima com o jazz. Ele começou a carreira como pianista em bandas de baile nos anos 1960, mas logo se destacou como um dos arranjadores mais talentosos do país. Deodato foi o responsável por criar os arranjos do álbum “Killing Me Softly With His Song”, de Roberta Flack, que venceu o Grammy de “Disco do Ano” em 1974. Ele também trabalhou com músicos como Frank Sinatra e Tom Jobim, e é considerado um dos maiores arranjadores da música brasileira.

Além do samba-jazz, o jazz também influenciou outros gêneros musicais brasileiros. A bossa nova, por exemplo, também incorporou elementos do jazz em suas composições. João Gilberto, um dos maiores nomes da bossa nova, era um grande fã de jazz e incorporava elementos do gênero em suas músicas. Ele popularizou o uso do violão como acompanhamento para a voz, criando um estilo musical que se tornou um ícone da música brasileira.

Outra figura importante para a incorporação do jazz na música brasileira foi Tom Jobim. Ele era um grande fã do jazz e chegou a tocar com músicos como Stan Getz e Frank Sinatra. Jobim criou várias composições que incorporavam elementos do jazz, como “Desafinado”, “Chega de Saudade” e “Garota de Ipanema”, que se tornaram clássicos da música brasileira.

O jazz também influenciou o choro, um gênero musical brasileiro que surgiu no século XIX. Embora o choro seja considerado uma mistura de ritmos europeus e africanos, ele também incorporou elementos do jazz em sua estrutura harmônica e melódica. Eduardo Gudin, um dos grandes nomes do choro, é um grande fã de jazz e incorpora elementos do gênero em suas composições.

Em suma, a influência do jazz na música brasileira foi profunda e duradoura. A partir do momento em que os músicos norte-americanos começaram a desembarcar no país, houve uma intensa troca de informações e ideias que resultou em um novo estilo musical: o samba-jazz. Esse estilo música influenciou diversos outros gêneros brasileiros, como a bossa nova e o choro, e consagrou músicos como Luiz Eça, João Donato, Eumir Deodato, Tom Jobim e João Gilberto como ícones da música brasileira, além de contribuir para a consolidação do Brasil como um dos países mais importantes da música mundial.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.