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Quebrando Barreiras: Mulheres no Esporte em Portugal

O esporte é um grande unificador social, algo que transcende barreiras sociais, religiosas, econômicas, entre outras, e que é capaz de reunir milhões de pessoas em torno de uma paixão em comum, sejam elas jogando, torcendo ou assistindo. Infelizmente, por muito tempo, o esporte foi um território apenas para homens e a presença das mulheres era considerada um tabu em muitos lugares do mundo, inclusive em Portugal, onde as barreiras ainda persistem, mas estão sendo gradualmente quebradas.

Se olharmos para a evolução do esporte em Portugal, perceberemos que as mulheres foram sempre marginalizadas, sendo orientadas a dedicarem-se a atividades mais “femininas”. Este é evidente se pensarmos em quantas ginastas, jogadoras de futebol, lutadoras, e tenistas mulheres existiam em Portugal até meados da década de 1990. Continue a ler este artigo para conhecer a história de mulheres que desbravaram caminho para as gerações atuais.

A Luta Pela Igualdade no Desporto

Durante séculos, o esporte foi predominantemente masculino, o que fez com que as mulheres fossem subvalorizadas e vistas como incapazes de competir com os homens. As mulheres atletas enfrentaram muitas dificuldades para competir simplesmente por serem mulheres. O acesso aos desportos patrocinados pelo governo, equipamento de qualidade e treinadores profissionais era escasso, o que limitava severamente as oportunidades para as mulheres no desporto.

Nos dias atuais, o dopagem, o salário e o sexismo são apenas algumas das muitas questões que as atletas mulheres enfrentam que os atletas homens não. Embora tenham sido feitos progressos, ainda há muito a ser feito quando se trata de igualdade no desporto.

Em nome da igualdade, muitos movimentos foram iniciados em todo o mundo visando levar mais mulheres ao mundo do esporte. Um dos mais importantes foi o Movimento Olímpico Feminino, que foi projetado para promover a igualdade entre atletas masculinos e femininos nas Olimpíadas. Esse movimento, liderado pela ginasta rumana Nadia Comaneci, abriu caminho para muitas mulheres atletas, tornando possível para elas competir em esportes olímpicos.

As Quebradoras de Barreiras

Mesmo com todos os obstáculos que as mulheres enfrentaram, algumas atletas estiveram à frente da mudança, quebrando as barreiras sexistas no desporto e abrindo caminho para as próximas gerações. Entre essas mulheres pioneiras estão:

– Aurora Cunha: correu pela primeira vez aos 12 anos e, quatro anos depois, junto ao irmão e ao namorado, formou o Grupo Desportivo Pic Nic, onde, com apoio da família e amigos, promoveu corridas populares e iniciou o que hoje se chamaria de escola de atletismo. Aos 16 anos, já acumulou 120 medalhas em provas de corta-mato, da milha e dos 800 metros. Aos 18, treinou pela primeira vez num ginásio.”Gosto de desafiar-me. Muitas vezes não sei dizer que não”, afirmou em 2014. Aurora Cunha destacou-se no Corta Mato, mas também em corrida de rua e ainda hoje é reconhecida pela sua carreira e pela luta pela igualdade do atletismo feminino em Portugal.

– Rosa Mota: uma das maiores maratonistas da história do atletismo mundial, Rosa Mota é um ícone do desporto nacional. Ela foi a primeira mulher portuguesa a sagrar-se campeã mundial no atletismo em 1987, venceu três vezes a Maratona de Boston, em 1987, 1988 e 1990, e foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, e de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Rosa Mota foi uma das primeiras atletas portuguesas a mostrar ao mundo o potencial do atletismo feminino no país, inspirando muitas outras mulheres a seguir seus passos.

– Carolina Mendes: a mais prolífica goleadora de sempre da seleção feminina de futebol. Carolina Mendes é um dos principais expoentes da nova geração de atletas portuguesas. Ela já jogou em clubes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra e atualmente é uma das estrelas do Sporting de Braga. Carolina Mendes foi fundamental na campanha da seleção feminina de futebol no Campeonato da Europa de 2017, onde a equipa chegou às meias finais, pela primeira vez na história. Ela é um exemplo de superação e dedicação aos esportes.

– Telma Monteiro: uma das mais destacadas representantes do judô em Portugal, Telma Monteiro coleciona títulos e recordes. Ela foi a primeira atleta portuguesa a conquistar uma medalha nos mundiais de judô, em 2007, em Pequim, na categoria de -52 kg, e já ganhou 13 medalhas em campeonatos europeus de judô. Além disso, já participou em quatro edições dos Jogos Olímpicos, conquistando um honroso 7º lugar na edição de Tóquio 2020. Telma é um modelo de perseverança e comprometimento dentro e fora do tatami.

Estas atletas representam o melhor das mulheres no desporto em Portugal, sendo verdadeiras embaixadoras do potencial do atletismo feminino no país. Elas desafiaram as expectativas e lutaram com determinação para alcançar seus objetivos e, ao fazê-lo, abriu a porta para outras mulheres no esporte em Portugal. Seus sucessos são um lembrete de que, apesar das barreiras sociais, ainda existem oportunidades para as mulheres no desporto e que ainda há muito a ser feito para assegurar a igualdade no esporte.

Crutialidades no Incentivar da Participação Feminina no Desporto

Embora o esporte seja um domínio que tem feito progressos rumo à igualdade entre homens e mulheres, ainda há muito a ser feito para que as mulheres sejam tratadas com equidade no esporte. Com isso, é preciso abordar o problema subjacente da desigualdade entre homens e mulheres em todas as áreas da sociedade, incluindo treinadores, gestores e patrocinadores desportivos. Podemos destacar algumas iniciativas importantes neste processo, como:

– Promover a autoestima e a autoconfiança das mulheres, aumentando a participação feminina no desporto;
– Fornecer recursos financeiros e de infraestrutura para apoiar a participação feminina no desporto;
– Capacitar mulheres em áreas-chave, como treinamento e administração de equipes;
– Estabelecer marcos que assegurem a igualdade entre mulheres e homens no desporto;
– Promover a cobertura mediática do desporto feminino e oferecer plataformas para que as mulheres possam contar suas próprias histórias.

Conclusão

O esporte é um domínio que pode ser usado para empoderar e inspirar todas as mulheres, independentemente de idade, raça ou género. As mulheres têm desempenhado um papel significativo no avanço do esporte em Portugal, quebrando barreiras e prevalecendo sobre as expectativas sociais limitantes. No entanto, as mulheres ainda enfrentam muitos obstáculos na busca da igualdade no desporto. É importante que continuemos a promover a igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas do desporto, incentivando a participação feminina e assegurando que todos tenham acesso a oportunidades iguais de sucesso. Somente assim, a sociedade pode tirar pleno proveito do vasto potencial que as mulheres atletas têm a oferecer.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.