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A cantora brasileira Elza Soares morreu hoje aos 91 anos, informaram sua família e equipe em suas páginas oficiais de mídia social. Soares morreu de causas naturais em sua casa no Rio de Janeiro, escreveu a família. “A amada e eterna Elza foi sepultada, mas ela estará para sempre na história da música e em nossos corações e nos milhares de fãs ao redor do mundo. Como queria Elza Soares, ela cantou até o fim”, dizia o comunicado.
Elza Gomes da Conceição nasceu em 1930 na favela Moça Bonita, no Rio de Janeiro. Seu pai trabalhava em uma fábrica e sua mãe era lavadeira. A família era pobre, mas a música, tocada pelo pai no violão ou no rádio, proporcionava alegria. Quando Soares tinha 12 anos, ela foi forçada a se casar com um menino mais velho que seu pai acreditava que a havia estuprado. Logo depois, ela deu à luz seu primeiro filho. Aos 21 anos, Soares era viúva e deu à luz sete filhos, dois dos quais morreram logo depois.
Como uma jovem mãe precisando de dinheiro para comprar remédios para seu filho, um adolescente Soares apareceu em um show de talentos da Rádio Tupi. A platéia riu de sua aparência desajeitada e o apresentador, Ary Barroso, perguntou de que planeta ela era. “Planeta Fome”, ela respondeu. Ao final de sua atuação, Barroso declarou que uma estrela havia nascido.
Na década de 1960, Soares começou sua prolífica carreira de gravadora, enquanto lutava contra o preconceito racial na indústria da música. Ela cortou mais de 36 LPs em quase seis décadas, começando com seu álbum de estreia Se Acaso Você Chegasse. Seu álbum de 2016 A Mulher do Fim do Mundo, que abordou questões como racismo e abuso doméstico, foi nomeada Melhor Música Nova pela Pitchfork. Ela continuou a defender os direitos dos negros, gays e das mulheres ao longo de sua carreira, tanto na música quanto em entrevistas. Em 2019, lançou seu último álbum de estúdio Planeta Fome.
Em 1962, Soares representou o Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1962, onde cantou o hino nacional. No final da década, a cantora se casou com o jogador de futebol Manuel Francisco dos Santos, também conhecido como Garrincha. O relacionamento deles era volátil enquanto Garrincha lidava com o alcoolismo; ele estava bêbado ao volante do carro no acidente que matou sua mãe. Garrincha morreu em 20 de janeiro de 1983 de cirrose. Três anos depois, seu único filho morreu em um acidente de carro depois de visitar a cidade natal de seu pai. Soares morreu 39 anos após o falecimento de Garrincha.
Em 1999, Soares foi declarado o “cantor do milênio” pela BBC. Anos depois, ela homenageou seu país cantando durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. A performance só fortaleceu sua presença como artista monumental e singular brasileira. “Sou parte da voz do povo do Brasil e são as pessoas que me fazem cantar”, disse ela O Independente em 2004. “A voz do povo é um eco tão forte que, se eu não corresponder, não terei motivos para continuar cantando”.
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