A influência das competições internacionais no futebol português é um tema que tem vindo a ser objeto de estudo por parte de diversos estudiosos da área do desporto e da historiografia. Desde as primeiras participações do futebol português em competições de caráter internacional que se tem vindo a assistir a um aumento significativo da qualidade do jogo praticado pelos jogadores portugueses, bem como à elevação do prestígio e da relevância dos principais clubes e da seleção nacional portuguesa.
As primeiras referências a participações do futebol português em competições internacionais remontam ao início do século XX, com a participação do Sporting Clube de Portugal na primeira edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1955/1956. Esta primeira participação dos “leões” na prova foi de grande impacto e prestígio, tendo os jogadores do Sporting feito um percurso notável até às meias-finais da competição, onde acabaria por ser eliminado pelo AC Milan.
Posteriormente, e na década de 1960, o Benfica tornar-se-ia o primeiro clube português a alcançar a glória na Europa, vencendo a Taça dos Campeões Europeus em duas ocasiões consecutivas (1960/1961 e 1961/1962). Estas vitórias foram determinantes para colocar o futebol português no mapa das competições internacionais e despertaram um enorme interesse pelo jogo em Portugal, atraindo cada vez mais adeptos para os estádios e aumentando a competitividade entre os principais clubes portugueses.
A década de 1980 marca o início de uma nova fase na história do futebol português, com o aparecimento de uma geração de jovens e talentosos jogadores que marcariam para sempre o panorama futebolístico do país. João Pinto, Paulo Futre, Vítor Baía e Luís Figo são apenas alguns dos nomes que se destacaram nesta época e que viriam a ser figuras de destaque no futebol mundial. Estes jogadores seriam fundamentais para o sucesso da seleção portuguesa na década seguinte e para a conquista do primeiro grande troféu do futebol português: o Campeonato da Europa de 1984.
A década de 1990 traria novos desafios e novas competições para o futebol português. Seria nesta década que surgiriam as primeiras competições internacionais de clubes de caráter secundário, como a Taça UEFA e a Taça das Taças. Estas competições foram fundamentais para a consolidação do futebol português no panorama europeu e para a afirmação de conjuntos como o Porto, que venceria a Taça UEFA em 2003 e a Liga dos Campeões em 2004. Nesta época surgiriam também outras figuras de destaque do futebol português, como Rui Costa e Nuno Gomes.
O início do século XXI marcaria uma nova viragem na história do futebol português, com a afirmação de uma nova geração de jogadores liderada por Cristiano Ronaldo. O avançado madeirense viria a ser o rosto da conquista inédita da seleção portuguesa do Campeonato da Europa de 2016, que colocou definitivamente o futebol português no topo do panorama desportivo europeu. Esta conquista teve um impacto enorme em Portugal, não só a nível desportivo mas também social e político, já que foi vista como uma demonstração da capacidade dos portugueses para superarem adversidades e alcançarem grandes objetivos.
Atualmente, o futebol português continua a afirmar-se no cenário internacional, com a presença regular dos principais clubes nas provas europeias e com jogadores portugueses a brilharem nas principais ligas estrangeiras. A estes fatores soma-se a excelência dos centros de formação dos principais clubes portugueses, que têm vindo a desenvolver uma política de aposta na formação de jovens talentos e na sua valorização no mercado internacional.
Em conclusão, a influência das competições internacionais no futebol português é inquestionável, tendo sido determinantes para a afirmação do futebol português no panorama desportivo europeu e mundial. A presença regular dos principais clubes portugueses nas provas europeias, aliada à excelência dos centros de formação e à afirmação de jovens talentos, tem vindo a consolidar o futebol português como uma das principais potências futebolísticas da atualidade.