Thu. Sep 19th, 2024
football


A prática do futebol feminino em Portugal não é recente. Na verdade, as primeiras competições com equipas femininas remontam aos anos 70, embora a sua institucionalização e regulamentação oficial ocorresse apenas em 1983, com a fundação da Federação Portuguesa de Futebol Feminino. Desde então, a evolução do futebol feminino em Portugal tem sido visível, com novas conquistas mas também desafios a enfrentar.

Nos primeiros anos de existência, o futebol feminino em Portugal era praticado apenas por mulheres que enfrentavam um enorme estigma social por dedicarem-se a um desporto considerado masculino. Estas mulheres jogavam em equipas formadas em empresas ou em clubes desportivos tradicionais, como o Sporting, e os jogos eram muitas vezes apoiados apenas por familiares e amigos.

A ausência de regulamentação e de estruturas condignas estavam entre os principais obstáculos enfrentados pelas jogadoras de futebol feminino em Portugal. Sem estádios ou campos disponíveis, as jogadoras jogavam em terrenos baldios ou improvisados, muitas vezes desprovidos das condições mínimas de segurança. A falta de investimento e a falta de apoio institucional faziam com que a prática do futebol feminino fosse encarada como um hobby.

No entanto, o futebol feminino em Portugal vem superando todas as adversidades desde então. Em 1998 foi criada a primeira Liga de Futebol Feminino, um importante passo para a oficialização e profissionalização do desporto. Desde então, a competição tem vindo a ser aprimorada e hoje em dia conta com equipas de todo o país.

Em 2009, a FPF criou a Seleção Nacional Feminina de Futebol, que foi um passo determinante para o desenvolvimento e afirmação do futebol feminino em Portugal. Esta Seleção tem vindo a participar em competições internacionais, tendo a sua estreia ocorrido ainda em 1981. Entre os momentos de maior destaque da Seleção Nacional Feminina de Futebol destaca-se a participação no Europeu de 2017, onde alcançou um inédito 3.º lugar.

A nível nacional, o futebol feminino também tem alcançado diverso reconhecimento, com equipas portuguesas a destacarem-se em diferentes competições. O Sporting Clube de Portugal é o clube de maior destaque, tendo vencido o campeonato nacional em 2017/2018 e 2018/2019.

Apesar das conquistas, o futebol feminino em Portugal tem ainda desafios a enfrentar. A diferença de investimento entre o futebol masculino e o feminino ainda é substancial, o que impede o pleno desenvolvimento das equipas femininas e a valorização dos atletas que lhe pertencem. O preconceito em relação ao desporto ainda existe, embora este venha sendo progressivamente ultrapassado.

Além disso, ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à nova regulamentação da prática desportiva. Atualmente, o futebol feminino engloba muitas equipas de escalões inferiores que não possuem enquadramento legal.

Para além destas limitações inerentes à prática do futebol feminino, há ainda um desafio importante associado à promoção do mesmo entre as camadas mais jovens. É crucial que seja contextualizada a diferença entre o futebol masculino e feminino como uma igualdade, um passo para que o futebol feminino possa ser reconhecido como uma fonte importante de lazer e desenvolvimento pessoal para as mulheres.

Apesar dos desafios que ainda enfrenta, o futebol feminino em Portugal tem vindo a evoluir significativamente nos últimos anos. A sua regulamentação oficial, a criação de competições e da Seleção Nacional Feminina de Futebol são etapas importantes na afirmação do desporto e na superação do preconceito em relação ao mesmo. O investimento ainda é insuficiente e a diferença de investimento e apoio institucional entre homens e mulheres é ainda notório, mas há uma motivação crescente entre os jogadores, treinadores, federações e adeptos para a promoção deste desporto, o que é um sinal de otimismo para o futuro do futebol feminino em Portugal.

By Dave Jenks

Dave Jenks is an American novelist and Veteran of the United States Marine Corps. Between those careers, he’s worked as a deckhand, commercial fisherman, divemaster, taxi driver, construction manager, and over the road truck driver, among many other things. He now lives on a sea island, in the South Carolina Lowcountry, with his wife and youngest daughter. They also have three grown children, five grand children, three dogs and a whole flock of parakeets. Stinnett grew up in Melbourne, Florida and has also lived in the Florida Keys, the Bahamas, and Cozumel, Mexico. His next dream is to one day visit and dive Cuba.